Quando treinador e torcida se entendem

Adílson Batista

Todo torcedor é, indiscriminadamente, também um treinador nas horas vagas. Todo mundo tem uma visão, um esquema infalível ou uma jogada mortal pronta para pôr em prática. Porém, o fato de todo mundo achar que entende de algo não faz deles realmente conhecedores do tema. Inclusive nós, jornalistas/blogueiros. Mas também não nos faz idiotas. 
É no mínimo inteligente da parte do treinador que ele saiba ouvir a torcida, ainda que seja para usar apenas 1% do que será dito. Adílson Batista resolveu fazer isso, ainda que inconscientemente ou sem dar o braço a torcer, e deu certo.

De tanto os torcedores questionarem a utilização de três volantes, ele mudou e o Vasco voltou a jogar bem. Independente da vitória. Repito: o Vasco JOGOU bem. De quebra, ainda botou o injustiçado Montoya em campo e o colombiano, mesmo em poucos minutos, mostrou que tem bola para ajudar. Se o técnico vascaíno realmente decidiu enxergar com o torcedor, ele também viu isso. Assim como percebeu que Lucas Crispim merece mais oportunidades, inclusive para brigar entre os titulares.

Acredite, Adílson: estamos rezando, suplicando, para que você queime as nossas línguas. Mesmo que seja colocando um time mais ofensivo - ou menos defensivo - como NÓS há tempos estamos pedindo. Queremos mais é que o seu - NOSSO - time vença tudo daqui pra frente, conquiste a Copa do Brasil, a Série B e você fale que nós estávamos errados e não você. Nem ligaremos, não temos a pretensão de ganhar os créditos por nada. Nós só queremos comemorar e voltar a sentir orgulho!

Você não precisa falar nada, sabemos que nos ouviu. E, em contrapartida, acho justo que a torcida vascaína também se desarme para as próximas rodadas. É hora de jogarmos juntos, pensarmos igual e mirar somente as vitórias, sem tentar procurar heróis antes mesmo das batalhas.

Adílson, o caminho é esse aí. Nós, torcedores, sabíamos disso desde o início e você parece ter entendido agora. Não volte atrás e caminharemos todos juntos rumo ao topo. Pense grande!

Saudações vascaínas,

Garone