terça-feira, 22 de abril de 2014

Abriu precedente

Flávio Zveiter, presidente do STJD 
Mais uma vez o extra-campo ganhou mais destaque do que a bola rolando no Campeonato Brasileiro. Como falava minha professora de marketing: quem erra no planejamento, planeja errar. E assim é a CBF. Uma sucessão de erros e confusões.

É óbvio que é uma situação constrangedora retirar o time de campo. Uma falta de consideração com a torcida que pagou ingresso, pay-per-view e com o adversário. Sim, concordo com tudo isso. Mas deixar o gramado foi uma ideia defendida por muitos no caso do jogo entre Atlético-PR x Vasco no ano passado, inclusive pelo presidente do STJD, o senhor Flávio Zveiter.
Em sua sentença, em que recusou o pedido cruzmaltino de anulação da partida, Zveiter alegou que o clube, se sentindo prejudicado e injustiçado, não deveria ter aceitado iniciar o jogo e muito menos reiniciar. Ou seja, naquele momento, mesmo não sendo de responsabilidade do Vasco nem a organização e nem a fiscalização dos fatores que culminaram na briga entre torcedores, cabia ao clube permanecer ou não na partida. Não seria o mesmo caso que o da Lusa?
Me admira que agora as pessoas que foram contra a ação do Vasco pela equipe ter jogado os 90 minutos primeiro antes de entrar com uma representação achem um crime a Portuguesa ter se negado a finalizar uma partida. Assim como os cariocas tinham o regulamento ao seu favor, a Lusa tinha a liminar. Falar se era válida porque foi expedida aqui e não ali, é tratar o caso como mera formalidade jurídica e não como uma tentativa de se fazer justiça, na forma mais pura e simples da palavra.
A Portuguesa conseguiu cair depois de ter se livrado matematicamente do rebaixamento, de forma obscura, sinistra e que dá brecha para centenas de interpretações e suposições. Verdade é que foi muito fácil para o presidente do STJD dizer que o Vasco não deveria ter retornado a campo depois que o time já tinha voltado. Se não tivesse jogado, hoje estaria na mesma posição da Lusa, execrado e aguardando uma punição mais pesada.
É claro que as leis não são claras e bem definidas, senão não sairiam liminares contra e a favor de um e de outro, em varas distintas e em diferentes ações. No fim, fica tudo a cargo da interpretação e no jeito de querer ler e aplicar as regras. E é isso que dá brecha para estes desmandos. Ontem era certo sair de campo, hoje não. Amanhã, talvez. Depende mais de quem o faz e de quem julgará. Não do fato em si.
Certo ou errado, é apenas mais uma prova de que tudo isso que conhecemos como futebol deve ser repaginado. Fizeram isso com os estádios, com os uniformes e até com o jeito de torcer, só esqueceram de aperfeiçoar o esporte em geral e a sua gestão.
E assim seguimos, apaixonados por um esporte cada vez menos apaixonante, esperando por soluções cada vez menos passionais e mais racionais. Confuso e distante de achar este equilíbrio.

Um comentário:

  1. Acredito que só as torcidas tem o poder de mudar algo. Em todo o tempo que decidiram destroçar com o futebol Brasileiro, ela só se calou, só aceitou por amor ao futebol ou à seu seu time do coração. Nunca perceberam o que acontecia realmente e se iludiram quando a culpa caía em cima de árbitros, bandeirinhas e etc. E assim a coisa seguia em frente até chegar ao ponto que chegou. Desde 2002 que, a mulambada, vem levando fácil, que o Brasileirão e Estadual, é descaradamente manipulado sem dor de nenhum torcedor pagante, seja de TV a cabo, camisa de futebol, ingresso de Estádio.. etc.... etc...sempre tomando. Enfim, a torcida sempre aceitando e em favor a sua paixão, se cegava, e uma parte bem grande ainda continua desta forma. A pergunta é.... quem leva culpa nisto tudo? E quem vai atirar a primeira pedra?

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...