sábado, 30 de agosto de 2014

Encontro com Guiñazu


Quando saiu o quarto gol, antes mesmo que eu conseguisse perceber que Rafael Vaz havia entrado em campo, eu desisti. Peguei minha noiva, minha filha e decidi deixar São Januário.

Nas escadas de saída do Setor Premium, onde eu estava por ter ganho ingressos na promoção dos sócios, ouço a seguinte frase:

"Agresión, no! No vá ter agresión!"

Era Guiñazu se dirigindo provavelmente ao vestiário para receber os companheiros. O argentino queria convencer os policias que não precisava de escolta. Mas fiquei na dúvida se ele falava que ninguém iria arrumar problema com ele ou o inverso.

Logo atrás, Diego Renan com os olhos cheios de lágrimas e uma cara de assustado, quase implorando para que o volante deixasse que os seguranças os acompanhassem.

Minha primeira reação foi tirar minha filha da reta para não levar um carrinho, a segunda foi desviar do carrinho e a terceira foi virar e dizer:

"O Vasco precisa de onze Guiñazus em campo! Tá faltando você, Guina! Tu é o coração desse time!"

Eu poderia jurar que era um sorriso, mas parecia mais um grunhido o que fez o gringo. Típico.

Como o Guina de sempre, o capitão acelerou o passo sem se importar muito com os policiais que corriam para lhe acompanhar. Enquanto isso, Diego Renan não sabia se tentava alcançar o capitão ou se voltava para não correr o risco de encontrar alguém mais exaltado. Passei nas costas dele tranquilo rumo ao gol, ops... Perdão, rumo à saída.

No fim, acho que era o Guiñazu que estava fazendo a segurança da polícia e do Diego Renan. É o único que anda com moral e merece ser chamado de autoridade dentro de São Januário.

Pelo menos por enquanto...

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