É nas arquibancadas que o povo põe pra fora suas frustrações.
Xingar a mãe de qualquer um não só é normal, como quase um dever. Não existe companheirismo, ética e moral quando a bola rola.
Tem sim, dignidade e paixão. A nossa, não a do outro. Pouco interessa quem está no lado oposto.
Talvez você, que escreve sobre comportamento, sociedade, filosofia ou algo do gênero, olhe para nós, torcedores apaixonados por futebol, como animais. E somos. Um pouco (muito, as vezes).
Fazemos do estádio um território (quase) sem lei, nos transformamos e agimos de forma quase primitiva. Pode até parecer um absurdo para quem não está acostumado com esse tipo de cenário, mas para quem sempre frequentou os estádios é normal. É quase que um ritual.
Dos portões para dentro, o adversário vira inimigo e qualquer palavrão se torna vírgula. Falta de educação? Se fosse em qualquer outro lugar, sim, mas lá, não. Faz parte dessa atmosfera. É o som ambiente de qualquer memória futebolística que você possa vir a ter. Ou ao menos grande parte dela.
Quem consegue passar 90 minutos de futebol sentado, sem xingar algum jogador (adversário ou não) ou mesmo o juiz, está no lugar errado. E se você consegue, não se orgulhe: o errado é você. Não é questão de educação, é questão de emoção.
Futebol é jogado, para quem está dentro de campo. Mas é sentido para quem está fora. E quando se age com a emoção, todo erro pode até não ser perdoável mas é justificável.
E se um dia isso acabar, será também o fim do futebol.
Sentirei muito, por sentirmos menos.
Então, xinguem mais, sejam mais apaixonados.
O futebol agradecerá!
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