Amanhã Vasco e Palmeiras iniciam suas caminhas em busca do título da Copa Sul-Americana. A competição continental já teve diversos nomes - Supercopa, Conmebol, Mercosul... - e já foi decidida pelas duas equipes. Mas não foi qualquer final, não foi apenas um jogo, foi a maior virada da história!
Naquele 20 de dezembro de 2000, Joel Santana fazia a sua estreia no comando do time, já que entrara no lugar de Oswaldo de Oliveira demitido após se desentender com Eurico Miranda ao final do primeiro jogo da semifinal do Brasileiro. Após vencer a primeira partida por 2x0 em São Januário e perder a segunda por 1x0fora de casa, os vascaínos entraram no Palestra Itália precisando de uma vitória simples. Mas de simples não teve nada.
O início da partida foi tenso e disputado, mas um branco geral no final do primeiro tempo fez com que o Verdão marcasse três gols em apenas 8 minutos e indo para o intervalo com ampla vantagem e sob os gritos de "É campeão!". Isto porque no início do ano os clubes haviam feito também a final do Rio-São Paulo e os paulistas, quase da mesma maneira, marcaram três vezes no fim da etapa inicial e conquistaram o título fechando o placar em 4x0. Mas desta vez seria diferente.
Me recordo de estar em um bar no Centro de Petrópolis assistindo a partida e muitos vascaínos acabaram deixando o local no intervalo. Ao mesmo tempo, flamenguistas começavam a dar as caras, tocando o hino rubro-negro em seus carros e balançando bandeiras e camisas pelo vidro. Este foi apenas um tempero a mais para o que viria a acontecer nos 45 minutos finais.
O que aconteceu dentro do vestiário vascaíno exatamente ainda é um mistério, mas fato é que deu resultado. Viola entra no lugar de Nasa e começa a pressão. A estrela de Juninho Paulista, o melhor em campo, começa a brilhar. O meia cava um pênalti aos 14 minutos. Romário cobra e marca: 3x1. Ainda muito pouco para quem precisava virar a partida. Lembro-me de sequer comemorar, a raiva era tanta pelo possível 4º vice-campeonato do ano - Mundial, Carioca e Rio-SP - que sequer me movi da cadeira. Apenas pedi mais um chopp.
A cada segundo que passava víamos mais distante o sonho da conquista. Eis que, novamente o motorzinho Juninho Paulista é derrubado dentro da área. O Baixinho mais uma vez guarda. Faltavam 20 minutos para a partida terminar e o que parecia impossível começava a ganhar corpo. Minha cadeira que estava meio de lado para a televisão já foi cuidadosamente redirecionada para a televisão, ainda que sem a confiança merecida.
Os minutos seguintes que eram para ser de pressão, tomaram contorno de decepção após a expulsão de Júnior Baiano, que também havia sido autor do pênalti que originou o primeiro gol palmeirense. Pronto, ali acabavam nossas chances. Era o meu pensamento, mas não o dos jogadores.
E foi novamente dos pés do camisa 23, faltando quatro minutos para o fim, desta vez ele mesmo empurrou a bola para as redes. Gritos eufóricos tomaram conta do bar em que eu estava, mesmo com poucos vascaínos remanescentes. Os flamenguistas, recalcados, começavam a sair de mansinho e fingir que não estavam nem aí para a final. O resultado levava a decisão para os pênaltis, o que já seria um grande feito já que Hélton, goleiro do Vasco, vinha em grande fase.
O tempo regulamentar já estava esgotado e todos aguardavam apenas o apito final. Todos, menos Romário. Viola fez boa jogada pela esquerda e Jorginho Paulista inverteu a jogada achando o camisa 11 livre, aos 48 do segundo tempo, para marcar o gol da virada: 4x3, Vasco campeão! Simplesmente, a maior partida de futebol da história! Uma noite mágica!
FICHA DO JOGO
Vasco Da Gama 4 x 3 Palmeiras (SP)
Data: 20/12/2000
Copa Mercosul
Local : Estádio Palestra Itália (São Paulo - SP)
Arbitro : Márcio Rezende De Freitas
Público : 29.993
Gols : Arce (Palmeiras 37/1ºT), Magrão (Palmeiras 38/1ºT), Tuta (Palmeiras 45/1ºT), Romário (Vasco 14/2ºT), Romário (Vasco 24/2ºT), Juninho Paulista (Vasco 41/2ºT) e Romário (Vasco 48/2ºT)
Expulsão : Júnior Baiano
Vasco - Hélton, Clébson, Odvan, Júnior Baiano, Jorginho Paulista, Nasa (Viola), Jorginho (Paulo Miranda), Juninho, Juninho Paulista, Euller (Mauro Galvão) e Romário Técnico : Joel Santana
Palmeiras - Sérgio, Arce, Galeano, Gilmar, Tiago Silva, Fernando, Magrão, Flávio, Taddei, Juninho e Tuta (Basilio) Técnico : Marco Aurélio
meu DEUS que partida isso é o sentimento que vem do coração!!! é paixõa é maravilho
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